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Trichoderma: Principal Agente de Biocontrole de Doenças de Plantas
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O Brasil vem
aumentando todo ano sua produtividade agrícola e, em 2021, deve bater recordes
novamente, devendo chegar à 256,8 milhões de toneladas nas safras de grãos,
leguminosas e cereais (Fonte IBGE). A agricultura brasileira se destaca no
mundo como grande produtora de alimentos, de algodão para área têxtil e cana-de
açúcar para geração de energia e biocombustíveis, sendo que o uso de produtos
biológicos vem aumentando consideravelmente nos últimos anos.
A busca
pela sustentabilidade, que mobiliza diversos países, faz ganhar força uma nova
vertente econômica chamada de bioeconomia. Este conceito é baseado na produção
industrial que faz uso de recursos biológicos, usufruindo novos conhecimentos
científicos e tecnológicos gerados a partir de áreas como a biotecnologia
industrial.
O emprego de agentes
de controle biológico e outros bioinsumos levam à supressão de doenças e à
praticas de cultivo mais sustentáveis. Entretanto, a produção de bioinsumos
demanda conhecimentos técnicos e controle de qualidade rígido durante as etapas
de up e downstream, para que então o produto final promova
benefícios tanto ambientais quanto econômicos, sendo essencial a criação de
novas oportunidades baseadas no aprofundamento do conhecimento da
biodiversidade dos biomas.
TRICHODERMA - AGENTE DE
CONTROLE BIOLÓGICO
O gênero Trichoderma
compreende um grande número de estirpes que agem como agentes de controle
biológico, sendo um dos mais estudados e utilizados no biocontrole de doenças e
pragas na lavoura.
Trichoderma
é um fungo filamentoso, comumente chamado de bolor ou mofo e saprofítico (atua
na decomposição da matéria orgânica). Esta definição de agente de controle
biológico (ACB) é determinado pelo fato de um microrganismo prejudicial às
plantas (fitopatógeno) ser controlado por um microrganismo benéfico (ACB ou
antagonista).
As diferentes
linhagens de Trichoderma tem como mecanismo de ação de biocontrole a
competição por nutrientes no espaço, antibiose, promoção de crescimento,
indução de resistência e micoparasitismo. Estes mecanismos diretos e indiretos
de ação podem atuar de forma coordenada, e a ação de agente de bioncontrole irá
depender da estirpe de Trichoderma, do fungo sendo antagonizado, da
planta que está sendo cultivada, assim como das condições ambientais, da
disponibilidade de nutrientes, temperatura, pH e da concentração de elementos
traço.
As
espécies deste fungo são geralmente encontradas em regiões de clima
temperado e tropical, porém também podem ser encontradas em distintos tipo de
solos como os do Saara, Caribe, Amazônia e Antártida, associado às raízes da
planta e à matéria orgânica.
Trichoderma é um fungo
invasor oportunista e se destaca pelo seu rápido crescimento, pela alta
capacidade de colonizar a rizosfera (região onde o solo e as raízes das plantas
entram em contato), por assimilar uma ampla gama de substratos e pela produção
de uma variedade de compostos antimicrobianos. Devido à sua capacidade
de colonizar a rizosfera, tem como resultado o fortalecimento dos mecanismos de
defesa da planta. Dessa forma, este gênero age controlando principalmente as doenças
causadas por fungos presentes no solo que infectam as raízes, base do caule e o
sistema vascular das plantas, causando podridão e murchas. Porém quando não há
a presença de patógenos, este fungo age promovendo o crescimento da planta,
inclusive o sistema radicular, ao mesmo tempo que favorece a solubilização de
nutrientes e a tolerância ao estresse abiótico.
Entretanto, algumas linhagens de Trichoderma podem ser recomendadas para fungos que atingem as folhas, frutos e/ou flores, ramos e caule, que é o caso do fungo Botrytis cinerea que causa o mofo cinzento em morango, batata, plantas ornamentais entre outros.
Algumas cepas de Trichoderma têm sido exploradas como agentes de controle biológico de patógenos, mediados pela produção de enzimas extracelulares para degradação da parede celular, tais como as quitinases, glucanases e as celulases, que foram reportadas como as mais eficientes na degradação de substratos celulósicos em monômeros de glicose.
Devido ao seu
grande potencial e variedade de espécies, este gênero também é amplamente
utilizado em outras aplicações biotecnológicas, bem como na produção de enzimas
industriais para biorremediação e agricultura, devido à sua capacidade
de degradar hidrocarbonetos, compostos clorofenólicos, polissacarídeos e os
pesticidas xenobióticos sem apresentar riscos à saúde humana e ao meio
ambiente.
Embora o gênero Trichoderma possua diversas aplicações, será necessária a multiplicação destes microrganismos em condições ideais que não sejam na natureza, e para que isso seja efetivo se faz necessário o uso de equipamentos conhecidos como biorreatores, que devido às suas características construtivas e ao software de controle, irão proporcionar lotes puros e homogêneos, livres de contaminação por cepas selvagens, resultando em excelentes ganhos de produtividade e biomassa.
Biorreatores pneumáticos do tipo AIRLIFT são utilizados e reconhecidos como uma alternativa eficiente para cultivos de microrganismos filamentosos e que requerem uma elevada transferência de gases e baixa tensão de cisalhamento, com menor custo e consumo de energia se comparado à biorreatores convencionais, isto porque a agitação do meio ocorre através de borbulhamento de ar no biorreator, sendo assim uma ótima alternativa para plantas piloto e indústrias produzir enzimas e biomassa à partir do cultivo de fungos filamentosos.
Preparamos um Guia exclusivo de biorreatores com informações que podem te ajudar nessa escolha.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LUCON, C.M.M.; CHAVES, A.L.R.;
BACILIERI, S. Trichoderma: o que é, para que serve e como usar
corretamente na lavoura. 1ª ed. São Paulo, 2014.
MACHADO, D.F.M.; PARZIANELLO, F.R.; DA
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bioagente. Revista de Ciências Agrárias. Lisboa, 2018. Disponível em : https://doi.org/10.19084/rca.16182
ROSSI, M.J Tecnologia para produção de inoculantes de fungos ectomicorrízicos utilizando cultivo submerso em biorreator airlift.